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sábado, 11 de setembro de 2010

Em função de objeto, infinitivo não se flexiona

“A Predicta chamou a atenção do Google pela ferramenta que monitora o comportamento de internautas e permite às empresas adaptarem suas campanhas publicitárias em tempo real.”
Aparentemente há uma simples relação de sujeito e predicado no trecho “empresas adaptarem”. Todavia....
Ao observar a regência do verbo “permitir”: algo ou alguém permite algo a alguém. No caso, certa ferramenta permite às empresas algo. Isso a que chamamos “algo” é o complemento objeto direto do verbo “permitir”, é a “coisa permitida”, que poderia ser expressa pelo substantivo “adaptação” (permite às empresas a adaptação de suas campanhas). No lugar do substantivo “adaptação”, usou-se o infinitivo, que deveria ter sido empregado em sua forma impessoal, como mero substituto do substantivo.
Em frases como "Amar é necessário” ou “Fumar faz mal à saúde”, torna fácil perceber a impessoalidade do infinitivo. Na frase supracitada, a situação é semelhante, mas a proximidade do termo pluralizado (“empresas”) induz a erro.
Um truque que ajuda a enxergar a estrutura sintática desse período é trocar o objeto indireto (às empresas) pelo pronome átono que lhe é equivalente (lhes). Assim: “...permite-lhes adaptar suas campanhas...”. Nessa construção, dificilmente nos sentiríamos tentados a pluralizar o infinitivo, pois é fácil perceber que a forma “adaptar” não tem sujeito. “As empresas”, agora sob a forma “lhes”, são o objeto indireto do verbo “permitir”, não o sujeito de “adaptar”.
Veja, abaixo, a correção:
A Predicta chamou a atenção do Google pela ferramenta que monitora o comportamento de internautas e permite às empresas adaptar suas campanhas publicitárias em tempo real.

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